Nosso casamento

O grande dia se aproxima.

Os convites já foram entregues e as lembrancinhas estão prontas. Amanhã iremos buscar nossas noivinhas para deixar na confeiteira, infelizmente a que haviamos combinado antes não poderá mais fazer porque viajou para passar as férias com o namorado. Recebemos uma dica de uma sobrinha da Ângela e como o tempo é curto não podemos ficar enrolando muito.

Estou super nervosa, meu denguinho também. Quero na segunda-feira fazer o teste no salão, preciso arrumar isso logo tô tão perdida com esse cabelo. Na terça-feira iremos fazer as unhas, sombrancelha, depilação e todos os blá blá blá das noivas. 

Depois do casório teremos um almoço lindo com os convidados e partiremos para a lua-de-mel surpresa para mim.

Uma historinha interessante foi como recebemos a nóticia: Na terça-feira dia 26/06 estava muito gripada, respiração difícil e acabei indo para o hospital, Ângela havia ido ao banco levar uma documentação e depois iria me buscar. 

Então o advogado telefonou para ela avisando que a juiza iria marcar a data para dia 28/06, a princípio pensei que seria uma ótima proposta porque não daria tempo da imprensa ser notificada, casaríamos praticamente as escondidas. Porém avaliando melhor não iríamos curtir nada do que sonhamos e seria um dia depois da missa de sétimo dia da mãe de Ângela.

Solicitamos gentilmente que marcasse então para o dia 04/07 que também é aniversário do meu amor, mais uma vez a juiza mostrou-se sensível e publicou a data no Diário Oficial. 

Depois disso minha pressão já desceu, subiu, pulou e requebrou. Ângela tá num estress só também, tensão muscular e dor de cabeça. E acredite, estamos felizes assim mesmo. Ao entregar os convites percebemos quantas pessoas torcem por nós, como há amigos que desejam de coração aberto que nossa união seja para o crescimento e evolução de nós duas (e será!).

Lógico que a ausência dos meus pais e da mãe de Ângela será sentida, entendo a necessidade de cada um, rezo para que o coração seja acalentado e que o tempo cure qualquer mágoa. Um dia iremos rir de tudo isso, é o meu maior sonho.

Beijinhos Carlinha.

Nota de falecimento

Ontem completou sete dias que nossa querida Leca nos deixou. É um momento muito difícil para todas nós.

A dor da saudade ainda é presente, cada pequena lembrança faz encher os olhos d'água. O consolo é a certeza de que hoje não há mais sofrimento.

As Escrituras Sagradas dizem que para tudo tem seu tempo: plantar e colher, sorrir e chorar, guerra e paz, dor e alegria, viver e morrer.  É o chamado ciclo da vida.

Quando perdemos alguém querido nosso luto dói, faz com que as lágrimas corram e com elas venham às lembranças. Lembranças da pessoa amada que não estará mais entre nós. Porém, como joias raras, guardamos conosco os momentos bons que compartilhamos e enfim, fica em nós a vida resguardada e protegida da morte através do amor que há em nossos corações.

Quando nossos amados se vão, com eles partem pedaços de nós que deveram renascer após o luto, em forma de esperança e na certeza de que a vida continua. O sol nascerá novamente, a chuva voltará a cair e a nossa fé se renovará a cada manhã. Os nossos corações aos poucos vão sendo preenchidos pelo amor e pela compaixão do Senhor e voltará a bater feliz. Assim, sabemos que novamente o ciclo da vida se cumpriu.

Que Deus nos abençoe!

nossa história

Final de semana foi "perfeito". 

Não aconteceu nada de diferente, só um final de semana apaixonadissímo. Ficamos juntinhas o dia inteiro, cozinhamos juntas, eu li um livro e ela assistiu a um filme, rimos juntas das bobagens que estavam no face, fomos jantar na orla, dançamos em casa... ADORO esses momentos bem carinhosos que curtimos. Ângela é uma mulher linda, maravilhosa e que admiro MUITO!!

A um ano atrás... quando nos conhecemos...

Nos conhecemos por acaso, vi a Ângela pela primeira vez no orkut de uma amiga, achei ela lindaaaaa de viver. Fiquei com a imagem da foto dela em minha mente perturbando, então tomei coragem e pedi que me aceitasse como amiga. E ela aceitou!!

Começamos a conversar via msn, mas nunca estávamos online ao mesmo tempo, ou seja era um papo em câmera lenta, eu escrevia e no outro dia lia a resposta dela, mesmo assim meu coração parecia saltitar do peito. Não conversávamos sobre namoros, tudo sem malícia, apenas assuntos corriqueiros: músicas, família... 

Toda noite antes de ir deitar passava rapidinho na internet pra conferir se já tinha alguma resposta, se sim já lhe mandava outra pergunta e se não ia dormir imaginando o que poderia ter acontecido. Quase um mês nesse lenga-lenga e era delicioso, o friozinho que dava na barriga e a felicidade de ler o que ela escrevia, momentos mágicos.

Então um dia, depois de tantas vezes tentando combinar de estarmos online e não dar certo, ela me passou o número do telefone. Como uma menina educada que sou passei um torpedo para ela, assim teria o meu telefone e não é que ela me ligou, ficamos conversando como se fossemos amigas de infância, perdi a noção do tempo. No final de semana ela me telefonou novamente, havia ido buscar a mãe no interior e conversamos quase o dia inteiro. Nessa época já sabia muita coisa sobre ela, por exemplo que nós trabalhávamos muito próximas e que temos a mesma profissão, duas bancárias, mais assunto para conversar.

Segunda-feira ela me telefonou e combinamos de irmos almoçar juntas, temos meia hora e nesse dia estouramos em quase uma hora e meia, voltei para o trabalho ainda mais envolvida por ela. Quando vi meu celular tocando e o nome dela na tela, devo ter me tremido inteira de nervoso. Ângela me convidou para dar uma carona e conversarmos mais um pouco, lógico que aceitei sem pensar.

O caminho de casa se esticou até um restaurante na orla, ela descobriu que eu não bebia nada e eu descobri que com ela não conseguia parar de sorrir. Tudo que fazia me chamava atenção, o jeito de andar, de gesticular, de falar e de olhar. Com ela qualquer assunto era sem receio, o tempo passou e foi me deixar em casa. Na despedida nos beijamos e foi sem descrição, o tempo parecia ter parado, não queria me separar dela era como se na vida inteira tivesse apenas esperado por aquele instante. Por ela.

No outro dia, pela manhã já estávamos juntas novamente, passamos o dia no apartamento dela, carinhos, beijos e um desejo de ficarmos enlaçadas por todo sempre. Assim foi todos os outros desde aquele 06 de junho de 2011, em agosto durante a greve resolvemos morar juntas e este ano casar. A Ângela me faz acreditar na possibilidade de amar uma mesma pessoa pelo resto de minha vida, de envelhecer na companhia de uma pessoa que mesmo diferente de mim me traz uma confiança enorme.

Desejo a todos um amor como o nosso...

Beijos, Carla.

site 5 estrelas

Encontrei um site muito interessante, pelo menos dentro da minha realidade "" MÃES HOMOSSEXUAIS E SEUS FILHOS "" espero que seja últil para mais alguém além de nós duas.

Não tenho notícias boas para passar e nem vontade de escrever, então é isso.

1 ano

Dia 06 de Junho completamos 01 ano morando juntas, quando penso em tempo dá e sensação de que foi ontem, mas quando analiso pelo ângulo de tudo que vivemos juntas parece que estamos a uns 10 anos casadas.

Comemoramos a data de uma maneira bem singela, a mente ainda estar amarrada na melhora de Lequinha, ela continua na UTI e o quadro é grave. Preparei um café da manhã especial para o meu denguinho antes de ir trabalhar, depois combinamos de almoçar no restaurante que nos conhecemos.

Angela, te amo muito. Obrigada por fazer meus dias mais alegres e mais intensos. Nossa vida é linda, nossos sonhos são realidades e tudo que planejamos estamos a um passo de concretizar. Você é para mim o amor de uma vida tranquila, a paz que precisava. 

Beijos, fiquem em paz!!

Carlinha